terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um livro completo, bem escrito, bonito, perfeito

"A Hospedeira" é o único livro de Stephenie Meyer sem nenhuma ligação com Crepúsculo. Nessa obra, Meyer conseguiu se superar, fortalecendo seus pontos fortes e corrigindo os baixos.

Resumir o livro é muito difícil. É uma distopia, na qual seres alienígenas invadiram a Terra e possuíram a mente dos humanos. De praticamente todos. Melanie resistia junto com seu irmão, Jamie, e seu "namorado", Jared. Porém, quando sai em busca de uma prima que acredita sobreviver, é pega pelos seres, que possuem sua mente. Agora, Peregrina comanda suas ações. Mas Melanie resiste, viva no interior de Peg, e leva a alienígena de bom coração em busca de sua família perdida. Peg e Mel descobrem que existem mais seres humanos do que elas pensavam, em uma colônia no deserto.

Stephenie Meyer tem um estilo próprio muito marcante de escrever. Ela é organizada, direta, usa a adjetivação muito bem e consegue transportar emoção pelas linhas. Isso está ainda mais marcante em "A Hospedeira". 

Peg é forte, sincera, direta, honesta. Apesar de ser vista como inimiga durante boa parte do livro, acaba conquistando corações com seu jeito puro. Ian, um belo sobrevivente, tão bom quanto ela, acaba se apaixonando, o que mudará a forma como ele encarará toda sua vida. Seu instinto de proteção por Peg é infinito. A autora conseguiu um mocinho muito melhor que em Crepúsculo, Ian e Peg tem muito mais química que Edward e Bella. Embora, durante a maior parte do livro, Peg se mostre obcecada por Jared, Ian conquistou todo mundo, inclusive Meyer, e ganhou espaço.

Gostei muito dos personagens coadjuvantes, que, normalmente nos livros da autora, são bem construídos. Jamie, Jeb, Doc, Ian (é claro), Walter...

Não gostava muito de Melanie no meio do livro, principalmente por causa da integridade de Peg, Mel parecia um pouco... egoísta e amoral. Mas essa impressão passou no meio para o final. Me divertia com ela, seu sarcasmo. Não entendi a raiva de Sharon e Maggie, quem sabe se houver uma continuação isso possa ser explicado.

Um dos pontos fortes de "A Hospedeira" é mostrar o pior lado e o melhor lado dos humanos e dos alienígenas: era difícil estabelecer uma posição, pois, embora sequestro mental é algo horrível, eles realmente eram bons e contra a violência. Sim, os humanos eram as vítimas, mas também apresentaram vários comportamentos que me fizeram ter vontade de defender os aliens. Porém, o que mais me irritou nos invasores foi a incoerência: Peg falava que eles se importavam muito com a alma, mas matavam a alma dos humanos sem pensar duas vezes.

O ponto forte de "A Hospedeira", em relação a Crepúsculo, foi o valor pela vida, desprezado totalmente na primeira saga. Em "Amanhecer", temos a cena em que Bella se transforma, finalmente, em vampira: vemos a narração de seu coração lutando para bater, para viver. Essa parte é bem emocionante, mas Bella escolheu isso, escolheu morrer. O que mais me irrita na personagem principal de Crepúsculo é a falta de amor pela vida, presente em todos os livros. Em "A Hospedeira", Stephenie Meyer se redime, escrevendo sobre a luta humana para sobreviver, e, nem Mel nem Peg seriam idiotas o suficiente para querer morrer por um cara.

Uma das partes que mais me emocionou no livro foi quando um grande amigo de Peg, um humano, morre. Ela se sente exausta, não vê motivo para ser aceita naquele lugar, sendo que não há aquela pessoa mais para defende-la. Não é nenhum personagem importante, mas que fez falta. Meyer faz a gente se importar com os personagens. 

Muitas pessoas tiveram dificuldades de continuar com o livro, pararam de ler por preguiça após o prólogo. Não tive esse problema, não achei o livro chato, ou cansativo, em nenhum momento, gostei desde as primeiras páginas. Eu acho que, quem teve esse problema, está acostumado com leituras de baixa qualidade, previsíveis e pobres.

Torço muito para que tenha uma sequência, acho que daria uma boa trilogia, quem sabe Meyer possa escrever sobre uma batalha entre os humanos remanescentes e os alienígenas. 

Mal posso esperar pelo filme, em março. "A Hospedeira" é lindo, tem ação, emoção, divertimento, metáforas tudo na dose certa. Com certeza, um dos meus livros preferidos. 

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